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2012 - Livro Vermelho 2013

Alstroemeria penduliflora M.C.Assis EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 29-08-2012

Criterio: B1ab(ii,iii,iv)+2ab(ii,iii,iv)

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG: Marcelo

Especialista(s):


Justificativa

Alstroemeria penduliflora é uma espécie descrita recentemente. Caracteriza-se porervas terrícolas, perenes, hermafroditas, que apresentam capacidade de rebroto. É endêmicado Estado de Minas Gerais, dos municípios de Joaquim Felício e Várzea da Palma. É restrita ao bioma Cerrado, desenvolvendo-se em Campos Rupestres e Cerrados deAltitude, entre 1.080 e 1.700 m de altitude. Apresenta EOO de 482,74 km² e AOO de 16 km², e está sujeita a pelo menos cinco situações de ameaça. Pouco representadaem coleções científicas, é conhecida por apenas cinco registros de coleta.Apesar de protegida pelo Parque Estadual da Serra do Cabral, encontra-se sobconstante ameaça pela histórica extração de ouro e diamantes e atividadesassociadas, além do turismo, da agricultura de subsistência, do extrativismo, das queimadas e a da implementação de monoculturas. São necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de certificarda existência das subpopulações, considerando a viabilidade populacional e suaproteção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Alstroemeria penduliflora M.C.Assis;

Família: Alstroemeriaceae

Sinônimos:

  • > Alstroemeria cabralensis ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

A espécie é caracterizada pela inflorescência simples com flores vermelhas de ápice verde, pêndulas, envoltas por brácteas cartáceas desenvolvidas (Assis, 2002).

Distribuição

Ocorre na Serra do Cabral, Joaquim Felício, Minas Gerais (Assis, 2002).

Ecologia

Erva perene, ocorre em Campos Rupestres e Cerrados de altitude da Serra do Cabral - MG. Fértil de janeiro a julho.

Ameaças

1.1 Agriculture
Incidência local
Severidade high
Detalhes Algumas cidades incluídas na Cadeia do Espinhaço estão resignadas a atividades em pequena escala, como a agricultura de subsistência (Rapini et al., 2008).

1.4.3 Tourism/recreation
Incidência local
Severidade medium
Detalhes Com o declínio das jazidas no final do século XIX, as cidades perderam importância e várias delas vivem atualmente de sua história, encontrando no turismo sua principal atividade econômica.

1.3.4 Non-woody vegetation collection
Incidência local
Severidade medium
Detalhes Algumas cidades incluídas na Cadeia do Espinhaço estão resignadas a atividades em pequena escala, como o extrativismo (Rapini et al., 2008).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência local
Severidade medium
Detalhes Principalmente próximos aos centros urbanos, o aumento no número de casas de veraneio e pousadas é surpreendente. Muitas dessas subpopulações são pequenas e a retirada de indivíduos nesses casos pode reduzir significativamente e de maneira irreversível sua variabilidade (e.g. Cavallari et al., 2006), podendo desencadear um processo que culminará com sua extinção. A interferência humana nas comunidades dos Campos Rupestres, portanto, não é desprezível e já tem sido notada através da menor variabilidade genética e morfológica em subpopulações de plantas do espinhaço (Gomes et al., 2004; Pereira et al., 2007; Ribeiro et al., 2007). O grande número de espécies vegetais exclusivas dos Campos Rupestres rende à sua flora a condição de insubstituível. Suas espécies microendêmicas são muitas vezes representadas apenas por pequenas populações e estão por isso mais suscetíveis a episódios estocásticos naturais ou provocados pelo homem. Portanto, os campos rupestres são intrinsicamente ricos em espécies vulneráveis e necessitam de proteção especial (Burman, 1991). A consciência de que a flora das Serras do Espinhaço deve ser conservada não é recente e tem sido reforçada a cada novo levantamento. Ainda são poucos os estudos capazes de estabelecer prioridades para a conservação da biodiversidade nos campos rupestres. Apesar de importantes, várias unidades de conservação não representam toda a heterogeneidade biológica regional e não possuem uma configuração ideal para conservação e manejo efetivo de sua biodiversidade (Funch; Harley, 2007). Para se proteger os campos rupestres é imprescindível conhecer as espécies que ali ocorrem e como elas estão distribuídas (Rapini et al., 2008).

3.3 Fuel
Incidência local
Severidade high
Detalhes São comuns também a coleta de toneladas de capítulos de sempre-vivas (principalmente Eriocaulaceae e Xyridaceae) para exportação, a retirada de orquídeas, cactos e bromélias para cultivo e a extração de diferentes espécies de "canelas-de-ema" (ou "candombás") resinosas para combustível (Giulietti et al., 1997).

1.3.1 Mining
Incidência local
Severidade high
Detalhes O Espinhaço é marcado, em praticamente toda a sua extensão, por uma ocupação humana antiga vinculada à extração de ouro ou diamantes e atividades associadas (Rapini et al., 2008).

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Incidência local
Severidade high
Detalhes Em alguns pontos, estão sendo substituídos por monoculturas de eucaliptos e pinheiros (Rapini et al., 2008).

1.7 Fire
Incidência local
Severidade medium
Detalhes Devido à topografia irregular e ao solo impróprio para agricultura, os campos rupestres não parecem sofrer pressão antrópica acentuada. No entanto, estão sujeitos a queimadas frequentes (Rapini et al., 2008).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Citada no Anexo II da Lista de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção do Brasil (MMA 2008) e na Lista da Biodiversitas de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção na categoria "Vulnerável" (VU) (Biodiversitas 2005).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre no Parque Estadual da Serra do Cabral, Joaquim Felício - MG (CNCFlora, 2011).

Referências

- ASSIS, M.C. Novas espécies de Alstroemeria L. (Alstroemeriaceae) de Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 25, n. 2, p. 177-182, 2002.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte - MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- BURMAN, A. Saving brazil?s savannas. New Scientist, v. 1758, p. 30-34, 1991.

- GIULIETTI, A.M., PIRANI, J.R., AND HARLEY, R.M. Espinhaço range region. In: S.D. DAVIS, V.H. HEYWOOD, O. HERRERA-MACBRYDE, J. VILLA-LOBOS, AND A.C. HAMILTON Centres of plant diversity: A guide and strategy for their conservation. p.397-404, 1997.

- CAVALLARI, M. M.; FORZZA, R. C.; VEASEY, E. A. ET AL. Genetic Variation in Three Endangered Species of Encholirium (Bromeliaceae) from Cadeia do Espinhaço, Brazil, Detected Using RAPD Markers. Biodiversity and Conservation, v. 15, p. 4357-4373, 2006.

- GOMES, V.; COLLEVATTI, R.G.; SILVEIRA, F.A.O. ET AL. The distribution of genetic variability in Baccharis concinna (Asteraceae), an endemic, dioecious and threatened shrub of rupestrian fields of Brazil., Conservation Genetics, p.157-165, 2004.

- RIBEIRO, P.L.; BORBA, E. C.; SMIDT, S. M. ET AL. Genetic and morphological variation in the Bulbophyllum exaltatum (Orchidaceae) complex occurring in the brazilian ?campos rupestres?: implications for taxonomy and biogeography. Lankesteriana, v. 7, p. 97-101, 2007.

- PEREIRA, A. C. S.; BORBA, E. L.; GIULIETTI, A. M. Genetic and morphological variability of the endangered Syngonanthus mucugensis Giul. (Eriocaulaceae) from the Chapada Diamantina, Brazil: implications for conservation and taxonomy. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 153, p. 401-416, 2007.

- FUNCH, R.R.; HARLEY, R.M. Reconfiguring the boundaries of the Chapada Diamantina National Park (Brazil) using ecological criteria in the context of a human-dominated landscape. Landscape and Urban Planning, v. 83, p. 355-362, 2007.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- RAPINI, A.; RIBEIRO, P. L.; LAMBERT, S.; PIRANI, J. R. A flora dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço. In: AZEVEDO, A. A.; FONSECA, R.L.; MACHADO, R. B. MEGADIVERSIDADE. p.15-23, 2008.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

Como citar

CNCFlora. Alstroemeria penduliflora in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Alstroemeria penduliflora>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 29/08/2012 - 16:44:30